O PAI QUE NUNCA DESISTE

 📖 Lucas 15:11–32

      A parábola do filho pródigo, registrada em Lucas 15:11–32, é uma das mais conhecidas de Jesus. Mas, mais do que uma história sobre um filho rebelde, ela é uma revelação profunda sobre o coração do nosso Deus — um Pai que nunca desiste.

    Jesus contou essa parábola para um público dividido: de um lado, fariseus e escribas que criticavam o fato de Ele receber pecadores; do outro, homens e mulheres sedentos por misericórdia. Em meio a essas tensões, Ele revela o caráter de um Pai que ama, investe, espera e corre ao encontro de quem decide voltar.

- Um amor que confia, mesmo sabendo dos riscos

    O filho mais novo pede sua parte da herança antes do tempo. No contexto judaico, isso era um gesto de profunda desonra — como se dissesse:

“Pai, para mim, você já morreu. Quero o que é meu e vou embora.”

    Segundo a lei (Deuteronômio 21:17), esse pedido poderia levar até à expulsão da família. No entanto, o pai concede. Ele não prende o filho à força; oferece liberdade de escolha, mesmo sabendo que ele pode se machucar.
    Assim é o nosso Deus: Ele não quer um relacionamento imposto, mas voluntário.

- Um amor que espera, mesmo quando tudo parece perdido

    O texto bíblico destaca que, “estando o filho ainda longe, viu-o seu pai” (v. 20). Isso significa que o pai estava constantemente olhando para o horizonte, aguardando o retorno.
    Quando o vê, ele corre — algo improvável para um ancião na cultura da época, pois correr era considerado indigno.
    O amor, porém, não conhece protocolos. O amor do Pai supera barreiras e rompe formalidades para resgatar quem está voltando.

- Um amor que restaura, sem lembrar o passado

    O pai não recebe o filho com um interrogatório ou um discurso de “eu te avisei”. Ele o envolve com o melhor:

  • A melhor roupa – símbolo da nova identidade.
  • O anel – símbolo da autoridade restaurada.
  • As sandálias – símbolo de dignidade, pois escravos andavam descalços.
  • A festa – símbolo da comunhão e da alegria pela restauração.

    Quando voltamos para Deus, Ele não nos coloca em quarentena espiritual. Ele nos restaura imediatamente ao lugar de filhos amados.

- O que essa parábola ensina para nós hoje?

  • Para os pais: Ame, invista e espere, mesmo quando o filho estiver distante.
  • Para os filhos: Voltar nunca é sinal de fraqueza; é sinal de sabedoria.
  • Para todos nós: Deus nunca desiste de ninguém. Nem de você, nem de quem parece estar “perdido demais”.

Conclusão

    Talvez hoje você se veja como o filho mais novo — distante e precisando voltar. Ou como o filho mais velho — perto fisicamente, mas com o coração longe.
O convite do Pai é o mesmo:
“Volta para casa.”
    Ele não está esperando para te acusar, mas para te abraçar, restaurar e celebrar o seu retorno.

    Se você sente que precisa dar esse passo, faça hoje. O Pai que nunca desiste está olhando para o caminho… e já está correndo na sua direção.

Rev. Bpo. Emerson Teixeira

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