O que significa APRENDER a CONTAR os NOSSOS DIAS? SALMOS 9.12



Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios. SALMOS 9.12 

Para compreender a importância de valorizar cada momento de nossa existência, é essencial mergulhar em uma sabedoria milenar, incorporada nas tradições do povo judeu, conforme descrito em Levítico 25.8-9. A narrativa bíblica nos ensina sobre um ciclo sagrado de sete anos, um princípio divino que perdura até os dias de hoje, refletindo sua eterna relevância.

A ideia de estabelecer "marcos" em nossa jornada, inspirada em Jeremias 31.21, nos convida a celebrar os eventos significativos que delineiam nosso caminho. Esses marcos não são meros pontos de referência temporal; eles são lembretes vívidos de que cada fase de nossa vida é regida por um propósito divino. Compreender em que ponto desse ciclo nos encontramos não é apenas um exercício de autoconsciência; é um convite para alinhar nossas ações e decisões às promessas e expectativas que cada ano traz.

Ao explorar o significado intrínseco de cada ano dentro desse ciclo, somos chamados a refletir profundamente sobre como estamos navegando pelas diversas áreas de nossa existência. Esta jornada de autoconhecimento e alinhamento espiritual nos permite posicionar-nos com precisão dentro do grande esquema da vida, assegurando que vivamos cada dia com intenção e propósito. Vamos, então, desvendar juntos o significado de cada fase desse ciclo, permitindo-nos localizar e entender melhor o momento presente em todas as dimensões de nossa vida.

1º ANO – É O ANO DO CONHECIMENTO (APRENDIZADO):

    1.1. Em qualquer esfera de nossa vida, ao embarcarmos no primeiro ano de um novo ciclo, nos deparamos com uma fase repleta de desafios, marcada pela necessidade de reaprender e se adaptar. Neste período inicial, tudo é novo e desconhecido, permeado por uma sensação de incerteza e acompanhado por momentos de ansiedade. É uma etapa onde o novo domina, exigindo de nós uma capacidade de enfrentar e superar as inseguranças que naturalmente surgem.

1.2. O sábio autor de Eclesiastes já reconhecia essa verdade, destacando a complexidade dos começos e a importância de cultivar a paciência durante esses momentos: conforme expresso em Eclesiastes 7.8.

É essencial compreender que, no alvorecer deste ciclo, não se espera que realizemos feitos extraordinários. O que realmente importa é aprofundar nosso entendimento e apreciação pelas lições que estão sendo apresentadas. A expectativa divina se concentra na nossa capacidade de absorver com profundidade os ensinamentos propostos, permitindo que o conhecimento se enraíze e floresça em nosso ser.

2º ANO – É O ANO DO TRABALHO, DO SERVIÇO:

2.1. O segundo ano do ciclo apresenta-se como um período ainda mais desafiador do que o primeiro. Agora, passada a fase inicial de aprendizado, chega o momento de arregaçar as mangas e demonstrar o valor do seu trabalho. Embora estejamos mais ativos e empenhados em produzir, é importante ajustar nossas expectativas e compreender que resultados significativos podem ainda não ser visíveis.

2.2. Este ano pode ser caracterizado como o tempo da dedicação intensa. É comum sentir-se tentado a abandonar o caminho trilhado até aqui, especialmente diante da pressão e da aparente falta de progresso, um sentimento ecoado em Salmos 126:6a.

Durante este período, você pode se ver consumido pelo esforço contínuo, muitas vezes sem perceber os frutos do seu trabalho imediatamente. A agenda se torna apertada, sobrando pouco espaço para outras atividades. No entanto, é crucial manter a perseverança e não ceder ao desânimo no segundo ano. Lembre-se: esta etapa é passageira e fundamental para o crescimento e amadurecimento do processo em que você está engajado.

3º ANO – É O ANO DA INTIMIDADE OU DO RECONHECIMENTO:

3.1. O reconhecimento verdadeiro nasce da convivência prolongada e significativa, tornando o terceiro ano emblemático para a formação de laços fortes e alianças duradouras. Durante os primeiros três anos, a relação entre Jesus e seus discípulos evoluiu de uma dinâmica de Mestre-discípulo e Senhor-servo para uma de amizade profunda e confiança mútua, como evidenciado nas palavras de Jesus durante a Última Ceia em João 15.15.

3.2. O terceiro ano é marcado pela consolidação de relações e ideias, mas ainda não é o momento de colher todos os frutos desse trabalho. Conforme descrito em Levítico 19.23, este é um tempo de fortalecimento e enraizamento. Na vida de uma comunidade, como a de uma igreja, o terceiro ano simboliza a transição de uma fase de formação para uma de identificação e pertencimento. É somente após este período que as pessoas começam a se referir à comunidade não mais como "esta igreja", mas como "NOSSA IGREJA", "NOSSO PASTOR", "NOSSO MINISTÉRIO", evidenciando uma mudança significativa na relação de conexão e comprometimento com o coletivo.

4º ANO – É O ANO DA OPORTUNIDADE:

 4.1. O quarto ano representa um marco crucial no ciclo, sendo o momento em que se espera ver os primeiros sinais concretos de progresso e realização. Este é o período em que, segundo a expectativa divina, o trabalho e a dedicação começam a gerar frutos visíveis, conforme ilustrado na parábola do figueiro em Lucas 13.6-9. A perseverança ao longo de quatro anos é recompensada com resultados tangíveis, e é importante reconhecer e dedicar estes primeiros frutos ao Senhor, como um ato de gratidão e consagração, seguindo o princípio estabelecido em Levítico 19.24.

• O quarto ano é, portanto, um ano repleto de oportunidades. No entanto, é também um período de provações, onde seremos testados em nossa fé e resiliência. Embora possamos finalmente ver e até mesmo segurar os frutos de nosso esforço, seremos chamados a exercer paciência e disciplina, pois pode não ser ainda o momento de usufruir plenamente dessas conquistas. Este ano ensina sobre a importância da espera e do reconhecimento do tempo certo para todas as coisas.

5º ANO - É O ANO DA PERSEVERANÇA/DEFINIÇÃO: II Reis 13.14-19

5.1. Observa-se frequentemente que, ao atingirem o ano da perseverança, muitas pessoas tendem a alterar significativamente o curso de suas vidas. Seja trocando de igreja, de ministério, de família, ou mesmo mudando de cidade, elas optam por novos caminhos em um momento crítico, abandonando a jornada até então percorrida. Essa transição revela uma verdade profunda: "Sem um propósito claro a ser seguido, qualquer motivo torna-se justificativa para desistir". Em vez de manter-se firmes até o final, muitos se desviam, buscando novos inícios que parecem promissores, mas que muitas vezes apenas perpetuam um ciclo de inconstância.

5.2. A conclusão de ciclos é um processo de autoafirmação. Aqueles que perseveram e completam ciclos conseguem se definir e estabelecer sua identidade, enquanto aqueles que não conseguem levar a termo seus compromissos permanecem sem uma definição clara de si mesmos. O quinto ano é crucial para a formação de uma reputação sólida, marcada pela resiliência e pela capacidade de superar desafios. A perseverança é a chave para alcançar essa clareza de propósito e definição. A história do rei que hesitou em utilizar a quinta flecha ilustra a importância de não poupar esforços e de utilizar todas as oportunidades para garantir a vitória e a realização plena.

6º ANO - É O ANO DA COLHEITA TRIPLICADA: Lv.25.18-21

6.1. O sexto ano é marcado por uma generosidade divina sem precedentes, onde se observa a provisão de colheita suficiente para sustentar três anos consecutivos: o próprio sexto ano, o sétimo ano — um tempo de descanso onde não se realiza plantio — e a antecipação para o oitavo ano, que naturalmente não teria colheita devido ao ciclo de repouso do sétimo ano.

6.2. Essa abundância traz consigo uma mensagem poderosa: a perseverança e o comprometimento são ricamente recompensados. Ao persistir em seus esforços até o sexto ano, você se torna merecedor de uma tríplice bênção divina, um reflexo do cuidado e da recompensa por sua fidelidade e trabalho árduo. Durante este ano, cada ação realizada sob a graça divina é amplificada, resultando em frutos triplamente abundantes. O sexto ano reserva surpresas extraordinárias, mas apenas para aqueles que se dedicam a completar os ciclos estabelecidos, permitindo-lhes experimentar plenamente as maravilhas prometidas.

7º ANO – É O ANO DO DESCANSO: Gn.2.2

7.1. O sétimo ano é o ápice do ciclo, o momento em que o verdadeiro gozo dos esforços anteriores se materializa. Apenas aqueles que persistem até o final deste ciclo têm o privilégio de saborear as recompensas acumuladas ao longo dos seis anos anteriores. A história de Jacó, como narrada em Gênesis 29.20, exemplifica perfeitamente essa fase: ele dedicou sete anos servindo a Labão com o objetivo de casar-se com Raquel. Esses anos de serviço, movidos por um propósito apaixonado, pareceram-lhe como meros dias. Da mesma forma, quando se está profundamente comprometido em alcançar as bênçãos divinas, mesmo um período de sete anos pode transcorrer rapidamente, culminando em uma fase de celebração e gratidão pelas graças alcançadas.

8º ANO – É O ANO DO RECOMEÇO: Mc.8.4,5,14

8.1 O oitavo ano marca o alvorecer de uma nova etapa, inaugurando um ciclo que, embora remeta ao início, distingue-se substancialmente do primeiro. Isso se deve ao acúmulo de experiências e aprendizados obtidos durante o ciclo anterior. Neste ponto, já estamos equipados com o conhecimento e a sabedoria adquiridos, o que nos capacita a enfrentar novos desafios com maior preparo. Conforme a necessidade de semear o "oitavo pão" é enfatizada, ressalta-se que as sobras dos anos sexto e sétimo devem ser reinvestidas como sementes para o futuro.

• A prosperidade deste ano e a eficácia do novo ciclo que se inicia estão intrinsecamente ligadas à nossa vontade de semear novamente. Essa disposição para investir esforços e recursos no solo fértil das oportunidades futuras é fundamental. Não é possível dar início a uma nova jornada sem antes concluir satisfatoriamente a precedente, reforçando a importância de encerrar capítulos anteriores com dedicação e comprometimento, para assim garantir a continuidade do sucesso e do crescimento.

Rev.Bpo.Emerson Teixeira
Pr.Pres da I P A M A

Espero que esse conteúdo ajude a esclarecer sobre esse processo de contar os  dias, e como falei no inicio desse post
você pode aplicar em qualquer área da sua vida. Um forte abraço, graça e paz!  

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